No sistema proporcional, não vence quem tem mais votos. (O QUE DEVERIA SER). Esse é o motivo da derrota de nomes que tinham a reeleição como certa e da ascensão de sortudos pelo quociente eleitoral
Não foi dessa vez para nove dos vinte vereadores que tentaram a reeleição para mais um mandato de quatro anos em Marabá. Entre eles, estão Ray Athiê (PSD), Irmão Morivaldo (PSC), Priscila Veloso (PSD), Badeco (Cidadania), Mariozan Quintão (Cidadania), Edinaldo Machado (PSC) e Gilson Dias (PT), que obtiveram mais de mil votos. Já Frank (Republicanos) e Nonato Dourado (MDB) ficaram quase inencontráveis na lista da apuração. Todos garantiram a suplência.
Nesta disputa, o Parlamento Municipal foi renovado em 47,1%. A taxa é muito menor que a observada em 2016, quando o upgrade foi de 71% em uma corrida marcada por completa insatisfação popular. Curiosamente, as figuras que ficaram de fora desta vez foram – à exceção de Dourado – as mesmas que preencheram as lacunas da renovação no processo anterior.
Ray Athiê (PSD) foi o décimo mais votado para ocupar uma cadeira de vereador em Marabá, conforme a Justiça Eleitoral.
O candidato pontuou 1.895 votos, o que corresponde a 1,45% do total válido. Isso, na lógica dos apoiadores, deveria ser o suficiente para garantir-lhe permanência no gabinete, mas no sistema proporcional nem tudo depende de voto.
O vaivém de cálculos na matemática operada durante a contagem dos votos deixa ainda muitas dúvidas no eleitorado. A isso se dá o nome de quociente eleitoral, que leva em consideração os votos válidos para definir a quantidade mínima de eleitores que um candidato precisa obter para garantir a vaga.
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Neste ano, mudanças na legislação eleitoral simplificaram a aplicação do valor, visto que antes também era necessário considerar as coligações antes de definir os postulantes eleitos.
A Emenda Constitucional 97/2017 extinguiu as alianças partidárias nas eleições proporcionais. Desta vez, cada partido disputou apenas com seus próprios quadros.
O PSD de Athiê, por exemplo, só conseguiu formar duas cadeiras na Casa Legislativa. Como ele foi o terceiro dentro do partido, ficou de fora. Além dele, também está Priscila Veloso, que cravou 1.414 sufrágios, na quarta posição.
Em contato com a Reportagem, Priscila Veloso ponderou ter feito uma campanha limpa e honesta e que o motivo da derrota foi mesmo o quociente eleitoral. “Foi uma campanha atípica, com novas regras eleitorais. Isso dificultou uma nova experiência para os candidatos.
Voto não garante mandato. O partido, muito grande, deixou tanto o Ray [Athiê] quanto eu de fora”, argumenta.
Outro partido que deixou aspirante chateado pela quantidade de votos foi o PSC, que em 2016 arrematou duas cadeiras e desta vez apenas uma. Os amigos do peito Irmão Morivaldo, com 1.815, e Edinaldo Machado, com 1.132, não conseguiram emplacar um novo mandato.
Badeco ficou com 1.331, e Mariozan, com 1.238. Ambos são do Cidadania, partido que só conquistou um assento. Gilson Dias (PT) abocanhou 1.043 dos válidos. Frank (Republicanos) levou apenas 818 votos. Já Nonato Dourado lamentou 479 votos, uma perda de 1.320 considerando o pleito de 2016.
Com a queda dos “campeões” de votos, que se organizaram em siglas tradicionais em um play-off (mata-mata) institucional, nomes menores puderam surgir. Foi o que aconteceu com Dato do Ônibus (PSL), por exemplo, que com apenas 763 votos se sagrou eleito pela legenda. Nestas eleições, o PSL atingiu 5.107 válidos com a soma de todos os concorrentes.
Os últimos cinco eleitos, em número de votos, foram Vanda Américo (Cidadania), com 1.377; Eloi Ribeiro (Republicanos), com 1.341; Raimundinho do Comércio (PL), com 1.191, e Dato do Ônibus, com os seus 763 sufrágios.
(Da Redação FOLHA DO PARÁ)
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